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A farra nos presídios do Brasil

A prisão de um diretor do presídio Ênio Pinheiro, em Porto Velho, e de agentes penitenciários por ligações bem próximas com presos.
A prisão de um diretor do presídio Ênio Pinheiro, em Porto Velho, e de agentes penitenciários por ligações bem próximas com presos do sistema prisional, revela que o sistema precisa de mudanças urgentes e a presença maior do Estado para o problema. Na operação de quarta-feira deflagrada pela Polícia Civil de Rondônia também foram afastados servidores com fortes indícios de ligações com o crime organizado.

A situação estava tão grave que presos participavam livremente de churrasco junto com os agentes penitenciários. Os detentos também recebiam regalias, saíam e entravam do Ênio Pinheiro, sem problemas. Todo o esquema foi relatado por delegados envolvidos na operação.

O problema de corrupção dentro das unidades de segurança não acontece somente em Porto Velho. No início do ano, o diretor interino no do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), José Carvalho da Silva, foi afastado do cargo por suspeita de receber propina de uma facção criminosa. Ele estava no posto desde 28 de novembro de 2016. Presos afirmam em cartas que o diretor interino ganhou dinheiro para permitir a entrada de armas, drogas e celulares na unidade prisional. Para quem não sabe, o Compaj foi palco da matança de mais de 50 presos e fuga de mais de 100 em Manaus, no Amazonas.

Um balanço realizado esta semana pelo Ministério da Defesa revelou que mais de 2 mil armas brancas foram apreendidas durante vistoria em presídios brasileiros. As operações tiveram a participação das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica. No presídio Urso Branco, em Porto Velho, o Exército apreendeu droga, celulares e carregadores de aparelho celular.

O Urso Branco é um dos presídios onde presos de alta periculosidade cumprem pena. O local já foi cenário de várias rebeliões que resultaram na matança de dezenas de presos. Até hoje Rondônia presta informações sobre o sistema perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos. A operação do Exército dentro do Urso Branco foi um sucesso, mas não há muito motivo para comemorar a ação dos militares. A corrupção ainda é forte dentro do sistema e precisa ser combatida com urgência.

O crime organizado, infelizmente, ainda estabelece as regras dentro e fora dos presídios. São os presos que decidem quem deve morrer dentro e fora do presídio. As Forças Armadas devem continuar fazendo com certa frequência operações surpresas nessas unidades prisionais. Trata-se de uma operação de guerra contra a corrupção nos presídios. Essas organizações criminosas que atuam nessas unidades de segurança devem ser combatida pela força do Estado. 
O sistema prisional deve ser enfrentado com armamento pesado.




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