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PDV é mais uma gambiarra

Fica uma dúvida a respeito da eficiência desse plano, que deve atingir 5 mil funcionários. Será eficiente?






Depois do aumento de impostos sobre os combustíveis e da ampliação do corte no orçamento, o impopular governo Temer resolveu anunciar um Plano de Demissão Voluntária (PDV). Tudo para conseguir fechar as contas dentro da meta fiscal programada, resultado da crise política e da falta de coerência na gerência do orçamento. Vale lembrar que o próprio Michel Temer, com medo de uma greve de servidores, sancionou uma lei garantindo reajuste de salário para oito categorias, ajudando no impacto sobre a folha. 
Não é segredo que a máquina federal é inchada. Basta circular pelos ministérios para se concluir que há excesso de pessoal. Mas fica uma dúvida a respeito da eficiência desse PDV, que deve atingir 5 mil funcionários. Será eficiente? Por falta de prioridade na realização dos concursos, por exemplo, faltam servidores em áreas fundamentais, como na Polícia Rodoviária Federal. 
Por: Carolina Bahia
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Do lado de quem não fez concurso, no entanto, sobram afilhados de políticos, ocupando cargos na estrutura pública. Vagas no governo estão sendo oferecidas em troca da fidelidade de deputados ao presidente no dia da votação da denúncia por corrupção. Políticos aliados que não conseguiram se eleger ganham gordas remunerações nas direções e conselhos de estatais e os altos salários continuam furando o teto e debochando da crise. 
A equipe econômica deveria aproveitar o fundo do poço para fazer uma grande e transparente reformulação da máquina estatal, com redução de desperdícios, mais produtividade e qualidade. Mas do jeito que vai, corremos o risco de ter uma gambiarra apenas para fechar as contas do próximo ano, garantindo a Temer a travessia até 2018. Como já era esperado, o teto de gastos enquadra governos que não fazem o dever de casa.
CALENDÁRIO
Apesar das enormes resistências da Secretaria do Tesouro, o secretário Giovani Feltes (Fazenda) acredita que o acordo de recuperação fiscal com a União poderá ser fechado até outubro. A equipe da secretária Ana Paula Vescovi (SNT) foi dura durante o encontro em Brasília. Mas o que vai pesar mesmo é a política, a caneta de Temer.

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